quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Ultra Madeira 2018 - Mais uma para a colecçao...

Ora boas minhas máquinas de guerra. Cá estou eu novamente para vos contar mais uma aventura, a última desta loooonnnggggaaaa época desportiva mas finalmente terminada.
E terminada com a pior prova ultra do campeonato , ULTRA MADEIRA 85KM!!!na minha opinião e explico-vos o porquê…
                                          


                                         


Vá na sejam tugas e começem a linchar-me antes de dizer algo…lol
É a pior prova para mim porquê é onde eu tenho maior dificuldade e desgaste brutal pois é muito rolante o que a torna bastante rápida sem grandes zonas de gestão e isso como não é o meu forte nem lá perto faz com que as coisas dificultem um pouco mesmo já estando  melhor (muuuiiitttoooo melhor) neste campo.
Vejam lá que até era para ser uma prova que nem era para ser feita, no máximo os 30km mas ao falar com o mister e ao ver a tabela de pontuações  das provas ultras vimos quer era possível ainda chegar ao pódio do campeonato com possível (mas longínqua) vitória.
Pois bem, já que vamos lutar por algo mesmo que não gostemos que demos o nosso melhor.
Com as indicações do mister treinei o melhor possível para esta prova, pedi assistência ao Cassiano e bora lá.
O dia de prova não começou lá muito bem, para além de ter que acordar às 2h da manha (sim porque a prova começa na ponta do pargo) então não é que já a caminho da prova e lembro-me que deixei o saco do pequeno almoço em casa… :/
Não começou bem a minha luta, lá tive que fugir um pouco à tradição e desenrascar-me com o que havia, a Catarina arranjou-me uma sandes mista em pão de forma e comi uma barrita de energia para enganar o estômago.
Pior que isso tudo  houve uma dúvida que atormentou-me desde umas semanas antes e foi quase até ao início da prova...
Que sapatilhas usar…
A decisão seria entre as Hoka Speedgoat 2 e as Merrell Agility Peak Flex, sei que para muitos de vocês a escolha é logo as Hoka mas no meu caso gosto de ambas e cada uma ao seu estilo  têm as suas qualidades.
Sentado no túnel junto ao farol sai a decisão de levar as Merrell (a mais acertada), toca a sentar-me no passeio e fazer a troca para as mesmas. Agora sim o Cró estava pronto para a luta.
Encontro-me com a malta amiga, falamos um pouco e recebe-se a notícia que a prova está atrasada, possa… :/ Na tava um frio de morte mas até tava fresquinho e com aquela ligeira ansiedade de começar à mistura não ajudava.
#Xuxasteam 

Amigos e camaradas do trail e do dia a dia...



Por fim lá chega o autocarro com o resto dos atletas e pouco tempo depois lá estávamos todos na partida.
E lá arrancamos para a luta dos 85km, não achei tão rápido o arranque como no ano anterior o que já foi bom, aquela parte inicial do estradão de terra fui sempre atrás do Luís Fernandes, se ele ia aí é que o ritmo era o ideal (melhor que ele para saber como arrancar nestas provas na deve haver muitos).
Num instante estou nos primeiros e já a subir em direção à Fonte do Bispo, entretanto o Luís, Márcio e um atleta da equipa Instinct já tinham disparado por ali acima (é muito…)
Subi quase tudo com o Jesus e o Renato até ao checkpoint.
                                     
                                             Pick a boo... 😆



A partir daí sabia que tinha que manter um ritmo certinho e direitinho pois era a parte mais rolante da prova e onde sabia que não era o meu forte. Mantive a passada e sentia-me bem, logo antes da Bica da Cana sou apanhado pelo Renato, ainda tentei acompanhar mas na dava. Ao chegar ao Checkpoint o Renato pára e eu sigo ( a gestão da minha parte tava bem feita), lá vou em direção à Encumeada e quando penso que logo atrás vem o Renato afinal chegam colados a mim o Magno e o Sílvio Freitas. Novamente, abastecimento antes e sigo Encumeada acima, aqui seria outra parte da prova, era preciso chegar bem a esta secção da prova pois o desnível da mesma estava aqui e era preciso pernas. Logo depois do checkpoint apanho o Márcio, digo para irmos juntos para ajudarmos-nos mutuamente mas á medida que os metros vão avançando vi que ele naquele momento de prova não estava nas melhores condições.


                                          Aguenta Cró...

Rapidamente também sou apanhado pelo Sílvio e pelo Magno que tinham parado na Encumeada e alem dos mesmos o Bruno Dantas, e aí pensei “Cró se deixas estes gajos fugir aqui tás lixado que nunca mais os apanhas”, dito e feito, colei-me a eles e tentei acompanha-los ao máximo, conseguimos chegar ao Ruivo juntos, abastecemos, recuperamos forças e lá fomos nós. Após um bocado o Bruno pergunta se tinha papel, ele não estava bem fisiologicamente e parei por uns momentos para auxiliar (ei!!! ei!!! auxiliar a dar-lhe o papel, atenção!! lol), esses breves 30/60s foram o suficientes para perder o comboio do Sílvio e do Magno pois por mais que quisesse ir busca-los (e ainda puxei, acreditem) já nunca mais os consegui apanhar, acho que eles aperceberam-se do meu ligeiro atraso e também puxaram para fugir…

Chego ao Areeiro sozinho e cansado, mas bem…
No Areeiro mostramos dureza para a malta estrangeira que tá por ali pensar que um gajo é uma máquina... 😆😇



No Areeiro mostramos dureza para a malta estrangeira que tá por ali pensar que um gajo é uma máquina... 😆😇
Reforço a minha alimentação e sigo viagem, agora era sempre a descer até à Portela. Aí acontece-me o Boom, depois do Poiso e até lá abaixo começo a sentir o estômago um pouco pesado e já não estava a entrar nada, senti que aqui onde deveria ganhar algum tempo ou pelo menos manter começo mas é a perder… Chego ao abastecimento da Portela em esforço, aí digo ao Cassiano e ao Mister que na entrava nada… Tento comer mas na dava, aí é que percebemos que também é da nossa cabeça muitas das vezes e em mais uma prova mais uma lição aprendida e explico-vos porque.
                                      
                                               Logo antes de chegar à Portela... 😓 Já ia a morrrer... 😖


O Mister Tiago manda-me pa cabeça e diz “tens que comer, nem que seja um gel, mesmo que vomites , voltas a meter outro mas tens que ter algo no estômago”.
Nisto arranco de lá um pouco mais confiante, ah e já saio com de lá com o Flávio Vieira, que vinha logo atrás de mim. Entramos os dois naquele “lindo” estradão da portela que tanto adoro e ainda ressentir o Flávio puxa por mim para acompanha-lo mas desta vez disse mesmo que não dava, o corpo ainda não queria aceitar que tinha que rolar aquilo tudo até ao fim.
Lá vai outra vez este desgraçado sozinho estradão portela abaixo, chego ao trilho das funduras e rapidamente já me encontro na outra secção do estradão que temos que percorrer até chegar à casa da Guarda. O calor aqui já começa a apertar e o corpo a ressentir, lembro-me das palavras do mister e gel à boca, lá consigo ingerir com alguma dificuldade mas na veio nada para a rua (já viram a nossa cabecinha ;) ). Lá chego a casa da Guarda, bebo agua a montes e sigo viagem, ainda tinha algum trilho para percorrer e ainda mais estradão ( raio que parta).
Começo a apanhar malta das provas mais curtas e o entusiasmo vai aparecendo (não por os ir apanhando mas sim por voltar a ver pessoas). Chego à Ribeira de Machico e tento colocar-me o mais rápido possível no último abastecimento da prova no Pico do Facho, aí tenho a equipa a apoiar e a puxar por mim, fiz paragem de F1, dou a flask vazia ao Cassiano e recebo uma cheia de água e siga. Agora as forças que faltaram desde o Poiso praticamente até muito depois da Portela teriam que vir. Não sabia quem vinha atrás nem quanto tempo tinha longe dos da frente por isso, faca nos dentes e gás!!!! Então do Pico do Facho para a frente, jasuuu, era só inclinar corpo e siga, agua na cara e goela abaixo para suportar aquele calor e mais nada. 4 km que passaram num fumo, quando dou por mim já estou na promenade do Caniçal e tenho o Cassiano para acompanhar-me até à meta, ele pede-me um último esforço e eu tento retribuir mas… Quando faço aquela curva do fim da promenade ao pé do museu da Baleia e não vejo a meta, os “tins tins” parece que rolaram e foram ali para o mar. Pergunto ao Cassiano onde está a meta e ele só me diz vá mais um esforço e ele ao dizer-me isto ao mesmo tempo olho para o fundo e vejo a meta junto à rotunda que existe no fim da avenida. Fiquei na merda, ainda correr mais aquilo, atenção, quando um gajo vem fresquinho e tal aquilo é “peanuts” mas ao fim de 85km já todo roto, empenado por tudo o que era partes do corpo, aquele sol abrasador e ainda fazer mais aquele “bocadinho”... jasuuuu
Maaass…. Uh Uh!!! Tá feito malta!!! Finisher de mais uma Ultra!!!
                                       
                                                Fim!!! Finalmnte!!!


Procurei logo uma sombra, deito-me no chão e o resto da agua que tinha flask refresco a cara e tento recuperar forças. Foi durinha esta e saiu bem do pelo.
No resultado final um 5º lugar à Geral , 4º Sénior e 2º de Equipas.
E na semana seguinte saiu o resultado que almejava (com alguma sorte à mistura), 2º do Campeonato de Trail Regional de Ultras. 😜
Um muito, mas muito, mas mesmo mesmo muito OBRIGADO à minha mulher Tânia por deixar-me fazer estas “loucuras”, ao mister Tiago (top mister), ao Xico (grande companheiro de treinos), restante equipa ADRAP e a todos os outros (não menos importantes) que acompanham-me nestas coisas.
Em especial e um agradecimento aparte ao Cassiano e à Catarina, amigos que foram o meu braço esquerdo e direito nesta prova acompanhando-me do inicio ao fim… É bom saber que ainda existe amigos assim na nossa vida.
Abaixo ficam os resultados desta prova e venha a próxima… LOL … Que já é este sábado, se a outra chegou a dentro esta então vai ser um empeno daqueles, acho que depois desta prova vou ter que ir ao banco de ensaio - Ecotrail 80km…
                      Classificaçao Geral Masculina


Classificaçao Equipas


See ya… 😜


sexta-feira, 5 de outubro de 2018

NAO HÁ DUAS SEM TRES!!!




Ora boas minhas máquinas de guerra, já há algum (muito) tempo que não vos dizia nada, é verdade tenho andado um pouco desleixado, isto de ter sido pai novamente na facilitou muito a escrita e depois a pachorra para ser sincero na era muita... Lolol
Mas agora voltei à séria às minhas aventuras e não poderia ter voltado em melhor altura...

Falemos num breve resumo das duas provas anteriores, a 1° o USM, 55km e 4000d+ depois de uma paragem grande mas mesmo sem fazer o máximo de treinos possíveis sabia que estava bem preparado para aquilo (também já era a 3a vez que apresentava-me à partida), o objectivo era tirar uma hora ao meu tempo passado...
Prova começou bem, a mais de meio do percurso ia muita bem e depois, PUM!!!! Fez-se o chocapic!! Ahahah
Agora a sério, depois da passagem pelo posto do hotel, uma má ingestão de alimentos juntamente com o desgaste acumulado e depois cólicas intensas fez com que o "passeio no parque" se tornasse no Armageddon do corpo e a partir daí, foi a sofrer até ao fim perdendo alguns lugares mas pronto, objectivos quase cumpridos, fiquei por um melhoramento de 45m ao tempo do ano anterior o que já não foi nada mau.

56º Lugar da Geral com 07h49:26 foi o resultado possível.

Chegando ao Ruivo... #facil 😆
USM

Prova seguinte foi o Trail do Porto da Cruz, 50km 3000d+, campeonato nacional, aqui já não tinha desculpas das faltas de treino, no entanto as condições até ao dia de prova não tinham sido perfeitos mas já melhores que antes do USM...

Bora à luta, prova com algumas alterações a meio do percurso, os organizadores vieram a público afirmar que foi a pedido dos atletas as referidas alteraçoes mas para ser sincero não ouvi falar nenhuma vez desse pedido. Na minha opinião, e atenção minha, acho que exageraram numa prova que já era bastante boa mas pronto.

Quanto à prova, correu bastante bem a nível pessoal, consegui cumprir todos os objectivos a que me tinha proposto, devo dizer que a ajuda do Renato a subir até ao poiso ajudou imenso (uma máquina de força), sempre a puxar por mim, pena que na descida o mesmo tinha uma ligeira dor e teve que abrandar um pouco, a partir daí fui com uma máquina em descidas, o Flávio Vieira, foi um esforço enorme tentar acompanhá-lo na descida, mas pelo menos fomos na companhia um do outro durante um largo tempo. Acho que nesse aspecto ajudou a ambos, infelizmente o Flávio também teve que abrandar na zona das funduras por causa de cãibras...

Quando pensei para mim que estava então com alguma vantagem de quem viesse atrás de mim surge um "avião" do nada, o Sílvio Freitas, passa por mim que nem uma bala que nem tive tempo de reagir e quando "acordei para a vida" e tentei ir buscá-lo já foi tarde demais e até ao fim da meta foi abrir a pestana a ver se mais ninguém me apanhava...hehehe

Foi mais uma lição que aprendi e que por exemplo em Água de Pena joguei a meu favor e ajudou imenso. Mesmo assim acho que fiz um bom tempo a nível pessoal e consegui acabar nos dez primeiros... Hehehe

7º Lugar à Geral com 06h11:07 como meta.

Finalmente chegando ao fim de mais uma aventura (Porto da Cruz Natura)

Agora... Trail de Água de Pena, 26km 1300d+, mas nada a minha praia, já tinha feito o recon e sabia que iria ser uma prova sofrida, as subidas e descidas eram bastante durinhas o que era uma mais valia mas as partes rolantes, jasuuuu, eram mesmo muito rolantes e longas...
Tinha dito ao mister se podia atacar com tudo, nada de grandes gestões, apenas ver o que o corpo aguenta sem ter que desistir, claro...

O Tiago aprovou a decisão e disse-me "sim, acompanhas o Remesso", ahahahah
Bom sabia que podia ser possível aguentar um pouco com ele mas que depois teria que deixá-lo ir embora...

Para ser sincero ainda pensei que aguentasse uns 5km mas nem lá perto, o homem arranca-me com um tal speed que eu pensei logo, "fonix arrependi-me de ter dito que queria fazer isto a fundo" mas pronto lá fui eu a tentar acompanhar o homem, no 1°km e já bufava por todo o lado...
Logo a seguir ao miradouro na 1a subida a sério e em alcatrão e já tive que o deixar ir embora, vi que era demasiada pedalada para mim e que aqueles ritmos ia era dar o pote ainda antes de chegar ao santo.

E lá foi ele e lá foi eu, tinha dito a mim mesmo que não ia olhar uma única  vez para trás e cumpri na íntegra. Nesta prova tive a ajuda do meu primo o decio que nesse factor ajudou a ter uma noção dos tempos dos "adversários" não fosse algo correr mal.
Fiz a minha prova sempre sozinho, nas partes rolantes tentava sempre dar o melhor de mim, nas subidas e nas descidas era aplicar o que já sabia fazer.
E foi assim sempre em modo solitário até à meta, a última parte rolante tive que dar tudo o que tinha aprendido até agora e lá foi sempre no máximo que consegui, aquilo parecia na ter fim, pensava eu que eram 4km rolantes e afinal eram 6km!!! Jasuuuu
Mas depois chegou a descida e aqui o Cró já na tem muito medo da malta mais rápida... Hehehe... Lá foi eu full power por ali abaixo, vinha até a levada a ganhar 3m e quase até à meta ganhei mais 3m... Meu primo até disse que poderia abrandar mas lembram-se do que contei no porto da cruz? Ah pois é, a mim nunca mais me lixam, enquanto houver forças é full power até ao fim...

Agora vem a parte engraçada... Então não é que este desgraçado a 200m da meta perde-se? Corto a meta e tive que voltar tudo para trás até ao ponto do engano e fazer o percurso correcto. Vá lá que não geri e assim tive tempo de sobra para voltar a refazer e ainda acabar com 3m de vantagem para o terceiro.

Resumindo 2° lugar à geral, 1° sénior e 2° equipas com 2h42:56...

Ainda quase fresquinho... (Água de Pena)

Satisfeitíssimo com o resultado, se surpreendido? Também não, sabia que era um lugar um pouco difícil de alcançar mas correndo tudo bem, possível...

E foi isso tudo que aconteceu nestes tempos para além das ultras que tenho com a canalha...😆😆

Agora venha a próxima que vai ser a doer... É JÁ AMANHA!!!! Ultra da Madeira, já vão ser 80km...😓 
Há algum tempo que não faço uma distância assim e estando de férias e só voltando na semana da prova ainda menos ajuda mas o treino foi 90% bem feito, vamos lá ver como corre, divertir-me é certo que vai acontecer o resto é bónus...
Obrigado à minha mulher (vai para o céu!!! 🙏) por todo o apoio e paciência (acreditem, tem que ser muita), que tem comigo nestas loucuras.

Agradeço a todos os  restantes que apoiam e ajudam-me todos os dias a ser um melhor atleta principalmente ao mister Tiago e ao Xico (companheiro de muitos treinos) que também tem-me ajudado imenso.

Durante a próxima semana volto a aparecer por aqui e com a história da Ultra.

Desta vez nao digo até uma próxima mas sim um... Até amanha malta companheira dos trilhos e boa sorte para a prova. ;)😜

quinta-feira, 24 de maio de 2018

IV Trail Coração da Natureza - Porto da Cruz

Ora boas minhas máquinas de guerra.

Voltei à "luta" e que melhor prova poderia ser se não fosse a prova em que absorvi o Trail pela primeira vez, Trail Porto da Cruz - Coração da Natureza.
A minha primeira prova de trail foi o MIUT 17km em 2015 mas cheguei lá sem saber o que ia fazer nem no que me tinha inscrito (o que faz ser ignorante...lol).
A minha segunda prova foi esta, na altura fiz a versão de 16km, agora sim com um cadito mais de informação , pelo menos já sabia o significado das palavras "Trail Running" (para quem meteu-se nisto recentemente e não sabe o significado é só clicar na palavra antes do parêntesis), começaria as minhas aventuras pelas serras.
Em 2015 era caparrudo pah, ganda cabedal!!! Ahahaha
Foto: Autor desconhecido

Em 2015 a escola do Porto da Cruz (que ainda continua a ser a organizadora do evento) fazia também a sua estreia no mundo do trail e já na sua primeira organização faziam um trabalho impecável.
Mas voltemos a 2018, e depois de ter chorado baba e ranho por não ter feito o MIUT, limpei as lágrimas e foco nesta prova.
Este ano houve novamente alteração no percurso, para uns pior (no meu caso) para outros melhor.
As alterações este ano foi na inversão do percurso com mais algumas ligeiras modificações no mesmo incidindo a sua maior parte nos quilómetros finais do percurso.
Para mim foi um martírio mas logo à frente vão perceber o porquê.
GPX da prova de 25Km - clicar aqui 


Mapa de altimetria.

20 de maio e bora para o Porto da Cruz, às 08 da manhã era a partida, tempo perfeito para a prática da modalidade por isso todos os ingredientes necessários para mais uma boa edição.
Com inscrições esgotadas julgava que a prova maior tivesse um maior número de atletas o que não foi o caso, a malta ainda deve estar a ressentir-se do MIUT, mas atenção as máquinas não deixavam de estar à partida.
3, 2, 1 e lá arrancamos depois do speaker Filipe Custódio (hoje estava no outro lado) ter dado a partida...
Arrancar no Porto da Cruz é logo em que sentido for, sinónimo de começar a subir, e que tal para abrir o apetite a penha d´águia?! hummmm... tão bom, até sabe a pastel de nata....lolol
Subida para a Penha d´Águia.
Foto: Valter Fernandes
Subida sempre o mais rápido possível mas sem grandes alaridos, queria guardar-me para a parte final (sim mais à frente já conto), sou passado por alguns atletas mas sem stress, vai vir a descida... 😄
Num instante, ponto geodésico da penha e bora descer, apanho um atleta ao fim de uns minutos, 2, 3 e no abastecimento do Faial já tinha apanhado todos os que tinham-me passado.
Passagem na Ribeira do Faial.
Foto: Alexandre Vieira 
Agora seria um estradão rolante ligeiramente a subir paralelo à Ribeira do Faial (toca a perder tempo, não me sinto à vontade neste tipo de terreno) sempre a tentar manter um ritmo certo e constante subimos num pequeno grupo, esta subida depois ia apertar até um topo (toca outra vez gerir sabendo o que vinha ainda...) para depois voltarmos a descer e aí voltar a subir até à Junta de Freguesia de S. Roque do Faial.

Foto: Ricardo Gonçalves
Esta secção separou um pouco os atletas que tinham praticamente saído todos juntos do Faial, íamos passando uns aos outros, uns mais fortes em determinadas secções do que outros.
Eu?!
Eu só pensava em aguentar em todas as partes em que cada um deles era bom, resumindo tentar manter sempre a mesma pedalada. heheheh
Passado este abastecimento vinha a parte menos favorável para mim mas que tinha-me guardado ao máximo para atacar.
Esta secção começava com uma espécie de Larano mas ligeiramente pior, aqui já sabia que teria que ir certinho, tentei já puxar um pouco e consegui distanciar-me dos que vinham atrás, para isso ajudou-me naquela zona  o Caldeira e o Emanuel Freitas (1º e 2º da prova dos 18km) passarem por mim. Mal o fizeram tentei aguentar ao máximo a pedalada daqueles "meninos", não durou muito que este motor é de baixa cilindrada mas lá aguentou o suficiente.
Já sozinho novamente e dou por mim a passar na ribeira para entrar na vereda da Levada do Castelejo. Agora é que era... Mais uma luta, já resmungava por tudo o que era sítio, odeio estas secções tão longas sempre a rolar.
Vejam a minha alegria naquela levada, tão feliz que estou. hehehe
Foto : Ricardo Gonçalves
O meu amigo e colega de equipa mais "expert" neste tipo de provas, e como sabe que sou fã disto, aconselhou-me da melhor forma para abordar esta parte. "Sílvio rola solto e leve aqui nos primeiros quilómetros e se veres que vais-te sentindo bem, ataca."
Foi o que fiz, ou que pelo menos tentei fazer, ingeri um gel e siga, não olhei uma única vez para trás, relógio nem olhar para o maldito também, cortei cada curvinha ao máximo, parecia um daqueles pilotos de rali a fazer uma prova em pista, tudo certinho e direitinho sem drifts nem pionaças.
Quando apanhei a última descida foi um alívio, ufa, já via a meta lá em baixo ao fundo. Agora só faltava chegar lá, descer o melhor possível e subir o Pico Fortim, aquela "brincadeira" que a organização arranjou este ano (hehehe) e já está. Para ser sincero se alguém viesse junto a mim nesta subida final eu penso que não teria forças para aguentar um ataque, deixei a minha energia quase toda naquela levada.
Pico Fortim, meta é já ali ao lado.
Foto: Bruno Abreu
Resumindo 7º lugar á geral (3ª prova na ilha seguida assim 😖, na tá fácil passar este número) com 2h37:36, 4º escalão sénior e 1º em equipas.
Foto: Catarina Gomes
E lá está, nada disto é mérito só meu, só foi e é possível graças ao apoio incondicional da minha mulher (agora ainda mais que nunca), família e amigos (que sabem quem são), equipa ADRAP (#xuxasteam), ao mister Tiago Silva, e ao meu companheiro da maior parte dos treinos e que puxa tanto por mim, grande Xico.
Obrigado a todos!!!

Já para a semana, dia 02, vem a minha próxima aventura, USM!!!
Se me sinto preparado? Acho que não tanto como pretendia, mas os objetivos mantêm-se...
Vencer e dar um bailado àquela malta que pensa que sabe o que é Skyrunning, cambada de maricas!!! Ahahahahahah
Tou a brincar malta!! Muito respeito que tenho por aqueles senhores e senhoras!!! 😉 Nem lá perto vou andar, apenas gostava de tirar uma hora ao meu tempo do ano passado, é o único objetivo que tenho, mas olhem se tirar 15m já faço uma festa. Uh uh!!!

Até uma próxima e vemo-nos por aí. 😉

Aqui fica os resultados dos primeiros à Geral nas provas existentes:



TLCN – 25KM
Geral Feminina
Geral Masculina
1.º          136         Lúcia Franco         03:01:02
2.º          165         Luísa Viveiros       03:06:54
3.º          58           Regina Baptista    03:15:36

1.º          1             Marco Silva           02:16:24
2.º          123         Flávio Remesso    02:18:10
3.º          135         Bruno Silva            02:20:28


TCCN – 18KM
Geral Feminina
Geral Masculina
1.º           277          Camila João            01:54:38
2.º           265          Cátia Fiqueli            02:01:55
3.º           349          Telma Alves            02:04:26

1.º           264          Américo Caldeira    01:31:20
2.º           221          Emanuel Freitas     01:31:34
3.º           336          Hélton Martins       01:36:33


MTCN – 7KM
Geral Feminina
Geral Masculina
1.º           457          Cláudia Carvalho     00:53.59
2.º           449          Tânia Bettencourt   00:54:14
3.º           443          Raquel Vieira          00:55:20

1.º           437          João Carlos             00:39.14
2.º           434          Rui Figueira            00:39:43
3.º           486          Décio Andrade        00:40:04


TJCN – 3KM
Geral Feminina
Geral Masculina
1.º           601          Cláudia Oliveira      00:14:46
2.º           611          Mariana Alves         00:15:58
3.º           617          Lisandra Tavares    00:16:13

1.º           614          Diogo Jesus             00:11.47
2.º           613          Luís Freitas             00:11:53
3.º           627          Gonçalo Abreu        00:12:02


TJCN – 1KM
Geral Feminina
Geral Masculina
1.º           618          Sara Abreu              00:04:23

1.º           694          Rodrigo Freitas       00:03.57
2.º           643          Rúben Bacanhim    00:04:15
3.º           669          Pedro Ramos          00:04:16


TJCN – 0,5KM
Geral Feminina
Geral Masculina
1.º           626          Mariana Abreu        00:02:05
2.º           691          Sara Amaral            00:02:15
3.º           680          Raquel Candelária  00:02:16

1.º           635          André Betencourt   00:02.01
2.º           639          Tomé Abreu            00:02:04
3.º           623          Rafael Silva             00:02:06



Links de vários fotógrafos, aos quais agradeço, que estiveram a fotografar/apoiar a prova: